ARITMÉTICA INEXATA
Somos tão iguais, mas invertidos.
Somos tão parecidos, tornados no avesso.
Somos exatamente o fim e o começo
do que, na soma de nós,
se estabelece inteiro.
Somos o primeiro e o último intervalo
de dessemelhança.
Tão distantes que se horizontalizam.
Tão contrários que nos imantizamos
inversamente idênticos.
Como o sentido horário
e o anti-horário do tempo.
Como pólos opostos
que tão extremamente se divergem,
que, no excessivo crucial, então convergem
para uma unidade absoluta.
E na soma de nós nada falta.
Também nunca haverá excedente.
Há só uma justaposição exata,
inversamente coincidente.
Sem composto.
Sem pluraridade.
Somos na cumplicidade
uma existência compactada e una.
Aritmética inexata,
esta, com que se traça
a nossa estória de amor:
Um mais um, nunca deu dois.
Só um.
Poetisa OLGA,amiga Lucy,que pra sorte pessoal já foi embora…
legal o seu espaço,espero que continue assim.um abraçao.